sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Madrid, Espanha

Cheguei a Madrid no dia 8 de Outubro pela manhã! Logo no rádio já cantava a Shakira “Me voy otra ves, te dejo Madrid.” A viagem desde Portugal foi tranquila, dormi muito no carro!
A primeira impressão, Madrid é uma uma cidade com muita gente, do mundo todo. Tive esta sensação mais do que lá em Lisboa. Nas ruas, trânsito caótico.

Eu, Gonza e Alan fizemos a divisão das despesas em um bar no Lavapiés, depois que eu já havia encontrado um hostel na Calle Gran Vía, já que pelo Couch Surfing não consegui nenhum sofá.
O International World Hostel fica ao lado da Plaza de España e perto do Palácio Real. A Rua é gigante, muitos carros, pessoas, restaurantes, bares, lojas, muitas coisas, muita informação. Há uma comemoração dos 100 anos da Gran Vía, inclusive.

Logo que cheguei na sexta-feira, fui a um encontro do Couch Surfing, na Calle del Pez, em um bar feito em uma casa abandonada, logo ocupada. O lugar funciona como um bar, com tapas (snacks), drinks e arte. Nota-se o tom anarco-punk, porém aberto para todos os gostos, estilos e filosofias.
Depois, outro bar e uma balada, El Ocho y Medio. Músicas antigas, novas, rock, pop. Conheci a Alicia, uma alemã, Aurélian, francês e a Lucía, da Galícia. Pessoas legais, divertidas.

No sábado de manhã fui buscar a Mila no aeroporto, amiga de Floripa que está morando em Castelo Branco, Portugal. Descansamos, jantamos e fomos a procura de um encontro do CS, perto do centro da cidade. Fail! Não achamos, e andamos muito. Decidimos entrar em um lugar, que não lembro o nome, tomamos drinks e dançamos um pouco. O mais legal é a quantidade de pessoas nas ruas e praças, bebendo, conversando, andando. Fizemos isto também naquela noite. A Mila é muito engraçada e boa compania, adorei. Fomos com duas francesas, que também falam português, a mãe de uma é carioca e da outra, portuguesa. Garotas legais.

No domingo, fomos ao Palácio Real, em uma área onde havia muita arte de rua: violinistas, gaita, música em copos de cristal! Muitos turistas também! O Palácio é impressionante, enorme! Mas o que eu mais gostei foram os Jardins de Sabatin, no caminho também, pela Calle Bailén. Lindo.


Na segunda-feira tivemos que mudar de hostel, pois já não havia mais vagas, já que não fizemos reserva. Fomos para o bairro Lavapiés, no Hostel Las Musas. Comparado com o outro, este é enorme, com muito mais pessoas, ou seja, muito mais gente legal e interessante de todo canto do mundo. E assim, inclui-se brasileiros, muitos brasileiros! O hostel é cheio de programações, todos os dias, no dia em que chegamos havia sangría for free, e depois, um “hit the bars” que eles chamam de Pub Crawl - quatro baladas diferentes, com bebida free em cada uma, tudo por 10 euros! Eu e Mila só conseguimos até o terceiro, depois fomos para nossos aposentos dormir muito. É interessante porque em qualquer movimento que tu faça dentro da cidade, nos metros, pelas ruas, resulta em alguma interação com pessoas diferentes de algum país afastado dos costumes e realidade do sul do Brasil.

Na quarta-feira fomos a uma apresentação de Flamenco, em um pub no subsolo. Eram a dançarina, violão e voz. Impressionante! A dançarina já tinha seus cinquenta anos, e ainda sim se movia e sapateava com elegância e paixão, o mesmo se estende aos vocais e violão, emocionantes. Nos contaram também sobre a história do Flamenco, abriram espaço para perguntas e nos ensinaram a bater palmas e pés de acordo com o ritmo da música e dança. Logo meus instintos de sapateado se alegraram!

Na quinta-feira, dia de Jardim Botânico e Museo del Prado! O Jardim é lindo, eu nunca havia estado em um Jardim Botânico antes. Adorei as flores e estufas, principalmente a de ambiente desértico, com cactos e suculentas. Foi lindo.
No Museo del Prado, a Mila me guiou com uma aula de história da arte fantástica! Aprendi mais sobre Barroco, Renascimento, Bisantino e outras coisas. O mais impressionante foi ver o Jardim das Delícias, del Bosco, ou Bosch, e as pinturas de Goya, por quem a Mila me passou sua paixão.
O museu é enorme, nos cansamos e não vimos tudo.
Na sexta-feira pela manhã Mila se foi, eu fiquei. Algo que comi nas calles de Madrid me fez muito mal, hospital, dor, injeção, repouso, por dois dias.

O último dia em Madrid foi tranquilo, fazia muito frio! Acordei e almocei meus sanduíches sentado no chafariz da Puerta del Sol. Logo fui para a casa do meu host, o Aurélien, francês que mora em Madrid, o mesmo que encontrei no dia em que cheguei na cidade. O que eu não esperava era que ele quisesse me mostrar um lugar, em Lavapiés, o La Tabacalera. Outra daquelas casas abandonadas que foram tomadas e transformada em centro artístico e carefree. A casa é gigante, tem vários cômodos, cada um com uma oficina, música, projeção ou manifestação cultural diferente. No saguão principal estava rolando uma festa grande, música muito alta, muita gente. Nós ficamos mais na ala que mistura ritmos africanos com árabes, algo relacionado ao sul de Marrocos. Me lembrou muito nosso Maracatu, um pouco de Samba também, com aquele instrumento oriental que preciso descobrir o nome. Foi o momento que eu precisava ter em Madrid para dizer que realmente gostei de lá. Esse lugar me completou de uma maneira incrível. Infelizmente, não levei minha câmera, nem me diga.

Gostei de Madrid, me senti em casa. Não reparei muito nas diferenças mas sim nas semelhanças com o Brasil, o calor do povo, a energia, o caos da cidade. De alguma maneira, é um caldeirão de raças e culturas, a cada passo tem-se a oportunidade de falar alguma língua diferente, ou de se inspirar em momentos que se não observados em stop motion, passam despercebidos em meio a agitação urbana.

Penso que minha viagem esteve em ensaio até agora, nunca havia pensado ir a Portugal ou Espanha, mas agora com os futuros destinos me encontro mais ansioso e agitado. Sempre sonhei a França, Reino Unido, Itália, Irlanda, Escócia...


Sei que estas pessoas não vão ler, mas deixo aqui meus agradecimentos à senhora que me levou ao centro de saúde de Madrid quando eu não conseguia nem ler o mapa, a Drª Maria e as enfermeiras que me acalmaram e me medicaram, e as pessoas na fila que cederam seu lugar para que pudesse ser atendido primeiro e me auxiliaram quando na espera. Obrigado.

SMT - Madrid, Espanha

Um comentário:

  1. Oi Artus, que linda sua viagem...sempre que posso dou uma lidinha nos seus posts, acho que o instrumento árabe que vc quer saber,é o Derbake, de percursão, não???
    Quando vc voltar, quero ver todas as fotos...
    beijo pra vc e se cuida por aí....
    Letícia do EPI...hehehehe

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